Tempo Comum, Semana XIX (A), domingo
TEMPESTADE DE ANGÚSTIA, TEMPESTADE DE AMOR!
Hoje, a experiência de Pedro reflexa situações que nós também experimentamos alguma vez, ou talvez vivamos hoje.
Ainda hoje estamos na tempestade. Nossa existência, não é também como uma frágil embarcação, sacudida pelas ondas que atravessa o mar da vida e que espera chegar a uma meta que tenha sentido? Nosso mundo não é abalado por guerras, terrorismo, furacões, epidemias, fome, terremotos, incêndios florestais, doenças de todos os tipos, perda de empregos, violência?
Por outro lado, a Igreja se encontra em um período de declínio e parece enfrentar problemas insuperáveis: a assistência está diminuindo, a “população praticante” está envelhecendo, as igrejas estão fechando as portas em alguns países do planeta e o número de padres não é mais suficiente.
Diante duma descrição tão dramática das realidades pessoais, coletivas e eclesiais podemos afirmar que sim, hoje, estamos no furacão. Perdemos nossos pontos de referência, não controlamos mais nada, somos impotentes e depois somos sacudidos como este barco pelas ondas. Não sabemos o que fazer com a nossa vida. Estamos perdendo o equilíbrio. Os ventos contrários continuam a soprar e o mar ainda está agitado.
Nessas tempestades da vida, como Pedro, escutamos a voz de Jesus que nos diz: "Coragem, sou eu, não tenha medo".
Não tenhamos medo e enfrentemos as tempestades. Elas são uma oportunidade, são necessárias.
Certos medicamentos e certas operações são necessárias para o paciente, mesmo que sejam amargas ou dolorosas. Tempestades são dadas a você para que você possa mudar de rumo.
Sem uma tempestade, você continuaria em seu caminho, em sua jornada, em sua direção, mas não é a direção que Deus deseja para você.
Aceite a tempestade porque é um momento chave na vida, um momento de encontro com Deus, onde algo novo pode nascer.
Na realidade, as tempestades são os momentos em que Deus se aproxima de nós, nos devolve a verdade e nos acompanha em nossa jornada.
Em nossa vida de extrema turbulência, é Cristo quem nos empurra para esses desertos e tempestades. E faz isso não porque nos leva mal, mas porque nos ama. Ele faz isso porque quer que mudemos.
Então essas tempestades são: "Tempestades de amor", não porque são lindas. Nenhum de nós gosta de sofrer. Tempestades de amor, porque naquele momento Ele se revela e se revela de uma maneira que você não pensa.
Queridos irmãos e queridas irmãs, não tenhamos medo das tempestades e das turbulências da vida, mesmo que sejam assustadoras, mesmo que sejam perigosas, mesmo que sejam dramáticas, porque o pior é sobreviver com medo sem encontrar o verdadeiro sentido da vida.
As tempestades não são bonitas, mas úteis. Sim, é verdade que elas são difíceis, mas necessárias. Por isso temos que enfrentá-las.
Amém.
Pe. Richard Gerard, CS
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