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Foto do escritorPastoral da Comunicação

Somos todos cidadãos de Betânia, "casa dos pobres"


A liturgia deste V domingo da Quaresma nos leva a Betânia, a casa dos amigos de Jesus: Marta, Maria e Lázaro. Betânia significa "casa dos pobres" e nós também, de alguma forma, somos cidadãos de Betânia que colocamos nossa pobreza nas mãos de Deus.

Nas últimas semanas, todos lidamos com a fragilidade de nossos valores mobiliários. Fomos forçados a nos descobrir pobres, fracos, como gigantes com pés de barro (Daniel 2: 1-49). A pandemia global que estamos sofrendo atualmente é um exemplo disso.

De fato, nestes dias, a morte tem sido lançada em nossos rostos pelos boletins que atualizam a disseminação do covid-19 todos os dias.

O mundo de hoje é "mundo de lágrimas" semelhante à casa de Marta e Maria, cheia de muitos judeus, todos de luto, pela morte e enterro de Lázaro.

A cena do Evangelho de João nos mostra Jesus, comovido profundamente pela compaixão e acompanhado pelos doze, que lamentam a morte de seu amigo Lázaro, deixa lágrimas escorrerem profusamente de seu rosto.

Essa expressão do sentimento de Jesus é um forte apelo à consciência de cada um de nós para desviar o olhar da terra de nossa vulnerabilidade e fragilidade, do mundo de nossas lágrimas pelo luto de uma separação física.

Hoje, o Evangelho diz-nos que se queremos esperar ter parte na Ressurreição de Cristo, devemos mergulhar com Ele na morte.

Porém Deus não está do lado da morte, mas da vida. Com Deus, há sempre uma nova primavera no horizonte, uma nova estação que traz à tona o que o frio de inverno parecia ter causado a morte. Como o grão de trigo que é colocado no chão e que parece se decompor e morrer, o Espírito de Deus pode nos devolver uma vitalidade criativa, uma nova vida. Nunca devemos nos demitir no fim da vida. A demissão não é uma atitude cristã.

Nós vamos além do mundo da humanidade, feito de relacionamentos, de afetos, onde a dor é mais aguda e irreprimível quando somos forçados a perder esses relacionamentos de verdadeira comunhão, verdadeira amizade por causa do isolamento causado por uma pandemia ou por causa da morte inexorável do ente querido.

Maria teve que "ir além" daquele mundo de lágrimas que era sua casa cheia de judeus de luto.

Em Lázaro revivido, vemos cada um de nós, revivido todos os dias pelo dom do Espírito de Deus Pai, o Espírito do Cristo ressuscitado, que já vive em nós e nos convida a sair dos sepulcros de nossas separações, divisões, para acreditar que quem se prostrar antes para Jesus como Maria e quem acredita em Jesus como Marta sabe que nada está perdido, tudo está destinado a pertencermos a Cristo.


Coragem, queridos amigos! Vamos rolar as pedras para longe dos nossos sepulcros, deixar Jesus nos alcançar, nos pegar pela mão e nos ensinar a viver vivos!

Pe. Richard Gerard, CS

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