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PASCOM

A tradição da Coroação de Nossa Senhora em Santa Felicidade


PASCOM - Érica Diniz / Pedro Henrique Colatusso

“Que nas tuas mãos floresça

esta palma da vitória,

sobre o altar resplandeça,

oh minha mãe, a tua glória!

Minha voz aos céus remonta

pra cantar o teu louvor,

esta coroa em tua fronte

seja o nosso eterno penhor!

Flores, flores, flores a Maria!”

A letra que cantava na infância ainda se faz presente nas recordações do mês de maio. Olhando para o passado, a paroquiana Sirlei Tulio lembra da Coroação de Nossa Senhora com muito carinho. “Lembro que a pior parte da música da coroação era quando se falava da palma. E a Irmã Gema sempre me escolhia para cantar essa parte, que era muito aguda. As outras meninas ficavam até enciumadas, porque era sempre a Sirlei” (risos).

Irmã Gema era irmã Gema Vale, Apóstola do Sagrado Coração de Jesus, que marcou uma geração de paroquianos por meio da música litúrgica e da Catequese.

“Ela fazia os degraus para nós subirmos até a imagem de Nossa Senhora e coroar, no altar mesmo; e ficava atrás, escondida. Se alguma coisa não desse certo, ela nos cutucava”, recorda Sirlei, contando que mesmo com um perfil perfeccionista, a religiosa conquistava, com seu carinho, todas as crianças.

Enquanto regia o pequeno coral de crianças, Irmã Gema tocava o velho harmônio da Paróquia. “Ele era muito antigo, lembro que as vezes as teclas grudavam e o som não saía, e nós tínhamos que continuar cantando da mesma forma,” recorda Sirlei, que até hoje canta nas celebrações da comunidade.

A tradição de coroar a imagem de Nossa Senhora continuou ao longo dos anos, e hoje está nas mãos de Ioreme Strapasson, coordenadora da Liturgia da Paróquia. Ela recorda que, na época em que fez a Primeira Eucaristia, as coroações eram organizadas pela Ir. Gema e que, a partir do momento em que ela não pôde mais, a Paróquia ficou um tempo sem a homenagem a Nossa Senhora no final do mês de maio.

Foi a partir do momento em que a catequese passou a ser coordenada por leigos, que o pároco, padre Natal Ubaldi, e a coordenadora da catequese da época, Maria Vendramin, sugeriram retomar a coroação.

Ioreme apoiou a ideia e fizeram a primeira coroação com doze meninas. A celebração foi assim durante alguns anos. Quando Maria saiu da coordenação da catequese, Ioreme assumiu. Em conjunto com as catequistas, ela decidiu dar a possibilidade para que todas as crianças participassem. Padre Natal apoiou e os meninos também começaram a participar.

Hoje, a Coroação de Nossa Senhora conta com a participação de mais de 50 crianças, todos os anos, e faz parte do calendário paroquial. Ao longo de todo o mês de maio, são realizados vários ensaios com as equipes e com as crianças envolvidas. A preparação começa com o roteiro, passa pela escolha das cenas que serão representadas, prova dos figurinos, ensaios de cantos. O objetivo é sempre o mesmo: homenagear Nossa Senhora e evangelizar a comunidade por meio do teatro. “Muito trabalho e homenagem para a mãe do Salvador, com muita alegria e catequese para as crianças”, finaliza Ioreme.


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