A restauração da Igreja Matriz será marcada, em 2019, pelo início do trabalho do restauro artístico das paredes e forros do templo. O processo, que leva em conta a busca pela originalidade, é minucioso e deve durar aproximadamente 47 meses.
Segundo o artista plástico e restaurador Gilberto Alberton Benvenutti, da empresa Gaya Restauro - responsável pelo processo, foram feitas prospecções em diversos pontos da Igreja, isto é, raspagens das camadas de pintura. “No processo de prospecção, encontramos nas paredes da Igreja aproximadamente sete camadas de tintas e repinturas sobre as pinturas decorativas. Já sobre as pinturas figurativas, identificamos uma camada de repintura, executada em 1992,” relata.
Ainda segundo o restaurador, o trabalho tem o objetivo de resgatar a pintura original na edificação como um todo. “Durante as prospecções, verificamos todas as possibilidades e elaboramos uma proposta completa de restauração”.
PINTURAS HISTÓRICAS
A Igreja Matriz possui, em seu interior, pinturas figurativas, de autoria de Paulo Kohl, datadas de 1935, executadas em óleo sobre parede, e pinturas decorativas, executadas na técnica têmpera à cal.
Segundo Benvenutti, as técnicas possuem características diferentes e próprias, o que gera diferentes níveis de dificuldade no processo restaurativo. Mas, segundo ele, o trabalho criterioso e cuidadoso permitirá a remoção e a reintegração tanto das pinturas figurativas, quanto das decorativas.
INTERVENÇÕES AO LONGO DO TEMPO
Ao longo do tempo, a Igreja passou por várias intervenções de caráter não restaurativo; ou seja, repinturas feitas com materiais inapropriados, cobertura das camadas originais. Um exemplo é o presbitério, que teve a pintura original alterada diversas vezes.
Benvenutti afirma que as intervenções interferem no processo de restauração como um todo, demandando mais tempo de trabalho.
FASES O restauro artístico, como todas as outras frentes de trabalho da restauração da Igreja Matriz, será dividido em fases. A primeira nave a ser restaurada é a lateral esquerda, trabalhando no forro e nas paredes. Segundo o restaurador, o trabalho será realizado por meio de andaimes e outras estruturas. “Além dos andaimes, que nos dão as condições de acesso e segurança às partes mais altas, utilizaremos também uma plataforma elevadiça, que nos permite trabalhar em todos os pontos altos da Igreja, inclusive na pintura do martírio de Santa Felicidade”, revela.
Benvenutti ainda destaca que o projeto foi elaborado para que a Igreja continue com as atividades normais durante as obras.