Concluídas as festividades com as quais comemoramos os 140 anos de fundação de nossa “colônia”, estamos entrando num período bem significativo do ano litúrgico: o tempo do Advento. A palavra latina “Adventus” significa “chegada”, e indica que Jesus não somente veio a este mundo, mas continua chegando e batendo à porta de nosso coração: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém abrir a porta, eu entrarei”.
E em Santa Felicidade, a festa de Natal sempre foi celebrada de maneira toda especial; e foi nesta data que tivemos muitas inaugurações de obras. Vou lembrar hoje a inauguração de nosso belo templo reproduzindo uma carta que Pe. Colbachini dirigiu ao fundador da Congregação dos padres Scalabrinianos:
“Hoje desejo consolar seu coração com a notícia da inauguração da bonita Igreja desta Colônia, dedicada a São José do Cruzeiro.
Domingo, dia 20, com devota procissão e aproximadamente 2 mil pessoas e uma multidão de crianças: os meninos com túnica branca e capa celeste e crucifixo na mão; as meninas vestidas de branco, com véu celeste e coroa de flores na cabeça; saindo da antiga Igreja com quadros (grandes e muito bonitos) da Via Sacra e nos dirigimos à nova Igreja que dista 500 metros. Chegando lá, houve fogos de artifício que precederam à “beneditio loci” e aspersão de água benta internamente e externamente, acompanhada por procissão e o canto do Magnificat. A seguir, a bênção dos crucifixos e dos quadros, seguido por um sermão.
Segunda-feira, missa matutina na antiga Igreja, e à tarde, procissão transportando a imagem de São José (belíssima, de 2 metros) a qual, depois de ser abençoada, do canto de vésperas e do sermão, foi colocada sobre o altar maior.
Terça-feira, função semelhante para transportar a imagem de Nossa Senhora. E quarta-feira, a imagem de São Luis.
Quinta-feira, às 9 horas da noite, partiu a procissão para transportar o Santíssimo Sacramento. A rua do trajeto estava ornamentada com numerosos arcos e árvores iluminadas por balões de várias cores. Quase todos que acompanhavam a procissão levavam velas acesas. O silêncio, a escuridão, a devoção, a harmonia dos cantos que repercutia nos arcos da nova Igreja, enchiam a todos de viva emoção.
Depois de um sermão, se cantaram as “matutinas”; depois outro sermão e, em seguida, a primeira missa cantada. Tivemos ocasião de ver e admirar a capacidade do edifício que acolheu uma terceira parte dos fiéis. Foram distribuídas mais de mil comunhões”.