O mês de agosto, em nossa Igreja, é dedicado ao tema das Vocações, conhecido como o mês vocacional. Neste ano, este mês coincide com o ano do Laicato, que tem como tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e como lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Tendo presente os dois: o mês Vocacional e o Ano do Laicato, torna-se mais forte a força desta oportunidade, para assumirmos a tarefa de sermos Discípulos-Missionários do Senhor, que assumimos com o nosso Batismo.
Perguntemo-nos: o que é vocação? O que entendo por vocação? Vocação é um termo derivado do verbo vocare, que em latim significa chamar. É um chamado a partir da pessoa de Jesus, que nos convida a segui-Lo, isto é, amá-Lo e servi-Lo em cada homem e mulher que se torna o meu próximo. Por isso, queridos amigos, o tema vocacional nos provoca e evoca a refletirmos a importância do nosso compromisso, do nosso papel e da nossa missão na Igreja e na sociedade. Somos chamados a sermos verdadeiros profetas do Senhor, para levar e ser compaixão, ternura e misericórdia de Jesus, o Bom Pastor, que carrega e recupera a dignidade da ovelha ferida e perdida, acolhendo-a novamente no “curral”.
“Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). Somos todos chamados, convocados e escolhidos por Deus, para amar e servir os nossos irmãos, a partir do lugar onde estamos: como sacerdotes, diáconos, religiosos (as), catequistas, leigos, como famílias, independentemente da nossa própria escolha de vida. Somos todos corresponsáveis da missão Salvadora e Redentora de Jesus, precisamos nos tornar vida plena e abundante para todos, sal para salgar aquilo que perdeu o sabor, e luz para iluminar no meio das trevas.
O fundamento que alimenta a nossa vocação para o amor e o serviço é a oração, a vida sacramental e a nossa vida em Cristo, com a prática dos mandamentos; e não, como nos fala o Papa Francisco, para parecermos profetas borboletas, que se anunciam e se promovem a si mesmos, mas que se esquecem de anunciar ao próprio Jesus. É o encontro amoroso e bondoso, de confiança plena em Deus, que nos permite entrarmos em sintonia com Deus, com o próximo, com a natureza e conosco mesmos. Sobretudo, como nos orienta o santo Padre, quando fazemos uma verdadeira experiência de Deus, a nossa vida se transforma em ação misericordiosa e bondosa para todos e com todos, como verdadeiros filhos do mesmo Pai, e da mesma Mãe.
Queridos amigos e amigas: “a messe é abundante e os trabalhadores são poucos” (Mt, 9,35). Precisamos assumir a nossa missão para que o amor, a ternura, a compaixão seja evidente em nossa sociedade e em nossa Igreja. Que nunca nos cansemos de amar e servir e reconhecer a pessoa de Jesus em cada um dos nossos irmãos, sobretudo nos mais necessitados.